
O das Relações Exteriores da China, Wang Yi, telefonou a Celso Amorim Foto: Marcio Batista/MRE
O governo Xi Jinping manifestou nesta quarta-feira, dia 6, um apoio firme ao governo Luiz Inácio Lula da Silva, contra o que chamou de “interferência externa injustificada” nos assuntos internos do Brasil e “imposição intimidatória de medidas tarifárias”, pela administração de Donald Trump.
A manifestação da China foi oficializada pelo chanceler Wang Yi, durante um telefonema direto ao Palácio do Planalto, com o assessor especial da Presidência, Celso Amorim.
Este foi o gesto mais explícito da China em suporte ao Brasil, na reação ao tarifaço de Trump e às medidas de sanção anunciadas por Washington com fundo político.
O governo Xi Jinping disse que aprofundar laços com o Brasil poderá “compensar incertezas externas”.
Conforme o governo chinês, o ministro afirmou na chamada com Amorim que “usar tarifas como arma para reprimir outros países viola a Carta da ONU, enfraquece as regras da OMC e é impopular e insustentável”.
Além de ministro, Wang Yi é membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista Chinês e diretor do Gabinete da Comissão Central de Relações Exteriores.
O chanceler afirmou ainda que a China dará suporte ao Brasil no “fortalecimento da solidariedade e cooperação” entre os países do Sul Global, por meio do Brics, e também na “promoção da solidariedade e autossuficiência” entre os países em desenvolvimento.
“A China está disposta a trabalhar com o Brasil para aprofundar a cooperação bilateral e compensar efetivamente diversas incertezas externas com a estabilidade e a complementaridade da cooperação bilateral”, disse o Wang Yi.
Pequim também publicou nas redes sociais uma comparação entre as decisões do governo americano e chinês, em relação ao café brasileiro, um dos produtos que estão no topo da pauta comercial com ambos países.
Enquanto o café do Brasil foi sobretaxado com 50% nos EUA a partir desta quarta-feira, a China anunciou que habilitou exportações de 183 novos produtores brasileiros, desde 30 de julho.
A mensagem foi publicada no X pelo diplomata Lin Jian, porta-voz da chancelaria chinesa com o título “Tarifas x Abertura”.
“China e Brasil trabalham juntos para promover a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado, visando um mundo mais justo e um planeta mais sustentável. Isso reflete a visão compartilhada e o senso de responsabilidade da China e do Brasil, como importantes países em desenvolvimento, na promoção de um mundo multipolar, na manutenção das regras e da ordem internacionais e na defesa da equidade e da justiça globais”, afirmou Jian.
“A união faz a força”, escreveu a Embaixada da China em Brasília, também no X.
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“A China apoia firmemente o Brasil na salvaguarda de sua soberania e dignidade nacionais e se opõe à interferência externa injustificada nos assuntos internos do Brasil”, diz um comunicado atribuído ao ministro Wang Yi, divulgado pela chancelaria chinesa. “A China apoia firmemente o Brasil na defesa de seus direitos e interesses de desenvolvimento e na resistência à imposição intimidatória de medidas tarifárias.”
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